quinta-feira, 15 de março de 2012

Aprendendo mais sobre a UMP - História a respeito do hino da UMP

http://www.mocidadepresbiteriana.com.br/

Hoje, navegando pela internet, passando por alguns blogs, descobri esse site citado acima, e essa postagem que irei passar a seguir me chamou a atenção, resolvi tirar um tempinho e ler a respeito, o que ela tinha a me dizer. Muito interessante, é a história do hino da UMP, então resolvi postar, e divulgar, pra que quem sabe possa servir de inspiração pra muitas mocidades que se encontram apagadas, desiludidas, sem o amor e o brilho necessário à obra do Senhor.

Estávamos no ano de 1969. A UMP-Rio, com cerca de 150 sócios era vibrante e cheia de entusiasmo na realização de suas atividades. Eu era o presidente (pela segunda vez) e contava com a colaboração de bons elementos que faziam com que a UMP-Rio continuasse a ser considerada a UMP-Padrão do Brasil como era considerada desde a sua fundação 35 anos antes. Era a primeira UMP organizada no Brasil e a nossa tarefa era de grande responsabilidade pois tudo que aqui se fazia era imitado por outras UMPs afora.

Realmente a equipe era de primeira qualidade mas dentre todos destaco a figura do nosso saudoso Moacyr Bastos que aqui chegou por volta de 1960 de uma forma muito singular; Moacir havia acabado de chegar ao Rio para trabalhar numa emissora de rádio e num domingo, sem conhecer qualquer Igreja Presbiteriana aqui resolveu sair e procurar uma e no caminho viu um jovem que caminhava, Bíblia debaixo do braço e ele o seguiu até aqui é claro. Este jovem era Jorge Ziede e que as primeiras pessoas que o Moacyr conheceu eram Robertinho, Farid (irmão do Jorge) e eu. Moacyr fez amizade e cheio de entusiasmo na obra do Senhor, grande compositor e bom companheiro sempre pronto a colaborar onde fosse chamado.

Moacyr Bastos
Moacyr Bastos
Naquela ano de 1969 além das muitas programações sociais e espirituais que a UMP-Rio promovia uma se tornou inesquecível pois fomos incumbidos pela secretaria Geral da Mocidade, órgão do Supremo Concílio na época, de organizar o III Encontro de Jovens Presbiterianos que se realizaria de 23 a 27 de julho, reunindo jovens de mais de 100 UMPs do Rio de Janeiro (antigo Estado do Rio), Guanabara, Sergipe, Bahia, Espírito Santo além de jovens de São Paulo e Minas Gerais e o local escolhido foi o Colégio Batista na Tijuca pela sua tranquilidade e condições de hospedar os mais de 400 jovens esperados.

Foi um período exaustivo de reuniões de planejamento do Encontro com líderes das Federações de Mocidade, com o Secretário Geral do Trabalho da Mocidade, com preletores até que ficou organizado o III Encontro cujo tema escolhido foi "testemunhas de Cristo no mundo contemporâneo" e para divulgar aquele grande acontecimento criamos um jornal tipo tablóide que depois de impresso pela gráfica que fora da Igreja, era distribuído em todas as UMPs do Brasil.

Mas, eu não estava satisfeito! Havia sido designado para coordenar o Setor Musical e apesar de contar com o Coral da UMP-Rio, com o conjunto folclórico Guacira, com solistas e instrumentistas, achava que estava faltando alguma coisa e nessa insatisfação terminei descobrindo que faltava um hino oficial para o Encontro, um hino que fizesse a mocidade vibrar.

E neste propósito, duas semanas antes do III Encontro, após o ensaio do Coral da UMP (era um sábado) cheguei para o Moacyr e disse: - Moacyr tenho uma tarefa para você. Temos este Encontro de Mocidade e não temos um hino oficial e como responsável pelo Setor Musicial gostaria que você fizesse um hino que faça vibrar a mocidade e levante bem alto o espírito de louvor da mocidade que vai estar lá. Só tem um problema: preciso deste hino até no próximo sábado para ensinarmos primeiro aos nossos, e depois a todos. Sei que vou poder contar com você."

O Moacyr olhou-me meio espantado, talvez perplexo por ter um tempo tão curto para o trabalho e na sua simplicidade responde-me que não estava altura e que eu era quem devia fazê-lo. Nós estávamos sentados na antiga escada que dava acesso ao Salão Álvaro Reis e argumentei que o compositor era ele pois eu tinha certeza que seria um bom trabalho que ele faria e depois de algum tempo de conversa ele concordou mais com duas condições: 1ª) que ele e eu orássemos um pelo outro e a partir daquele instante ale e durante toda aquela semana colocando nas mãos do Senhor aquela tarefa; 2ª que eu fizesse a letra do hino.

Oramos ali mesmo e no dia seguinte entreguei ao Moacyr a minha modesta colaboração que é justamente as duas primeiras frases do hino - "somos jovens num mundo velho, a pregar novos ideais", dizendo que estava a critério dele aproveitá-las ou não.

Ele gostou e continuou o restante da letra que é esta maravilhosa que conhecemos.

No sábado seguinte após o ensaio do Coral o Moacyr sentou-se ao piano e ensinou o hino do III Encontro que compusera com amor, dedicação e espírito de louvor a Deus em apenas uma semana porque a sua inspiração e o seu trabalho foram frutos das orações dele, minhas e de outros jovens da UMP deste o primeiro instante.

No dia 23 de julho lá estávamos no Colégio Batista iniciando aquele memorável encontro onde a música de louvor a Deus teve grande destaque, mas sem dúvida alguma o hino oficial daquele encontro foi o ponto alto pois entusiasmou a todos os jovens e no encerramento, após a palavra do Governador do Estado do Rio, Dr. Geremias Fontes que era diácono na Igreja Presbiteriana em Niterói, resolveu encaminhar uma proposta ao Congresso Nacional da Mocidade que se realizaria no ano seguinte em Governador Valadares no sentido de tomar o nosso hino oficial da mocidade presbiteriana brasileira.

Assim o hino "Jovens Testemunhas" realmente se tornou o hino oficial da mocidade pois um jovem da UMP-Rio o compôs com amor e dedicação e acima de tudo com oração.

Moacyr Bastos hoje já não está  conosco pois Deus já o chamou para habitar nas mansões celestiais onde o louvor é perene e perfeito. Mas nó, o que ficamos, devemos dar Graças a Deus pela vida do Moacyr que enquanto esteve entre nós esteve empunhando o pendão real, como fé no comandante, vencendo todo o mal, sendo testemunha e falando de Jesus sem temos.

Sinto-me grato por ter participado daqueles acontecimentos e ainda guardo com carinho a partitura com uma dedicatória do Moacyr bem como os jornais do Encontro, esperando em Deus, que na mocidade de hoje possam surgir outros jovens da estirpe do Moacyr que muito engrandeceu a música em nossa Igreja.

Esta é a história do hino oficial da mocidade que nunca foi contada e só agora o fiz por solicitação da Marisa, viúva do nosso saudoso Moacyr Bastos.

Rio de Janeiro, 13 de maio de 1990
Presbítero Adibe Vieira dos Santos.
Material cedido pelo Centro de Documentação (CENDOC)
da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, 
Coordenado pelo Professor Diácono Nelson de Paula
Historiador

você pode copia à vontade...
só não esqueça de citar o CENDOC.


Pra melhor visualizar o hino, clique sobre a imagem


Um comentário:

  1. Realmente um hino belíssimo, mais lindo ainda é a sua historia. "Acorda UMP" é faça a diferença nesse mundo velho!!!

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