terça-feira, 23 de outubro de 2012

La Biblia - Dios habla hoy



"Si alguno está en Cristo, nueva criatura es; las cojas viejas pasaron; he aqui todas son hechas nuevas."
2 Corintios 5:17

sexta-feira, 14 de setembro de 2012


RESENHA
Israel B. Alves
STOTT, John. O discípulo radical, Editora Ultimato, Viçosa, MG, 2011.
O prefácio do livro é a explicação do próprio Stott para a escolha do título de seu livro. Nele, os leitores são relembrados que os primeiros seguidores de Cristo eram chamados “discípulos” e que o termo em si é mais significativo que o termo cristão, pois o primeiro traz consigo a ideia da existência de um relacionamento entre aluno e professor (p. 10). Stott então argumenta que o discipulado cristão possui um caráter radical, que exige de cada discípulo um retorno às suas raízes ou, em outras palavras, aos compromissos fundamentais com o mestre. Logo, o objetivo de Stott é conduzir os cristãos a uma reflexão sobre a necessidade de submeter-se radicalmente à autoridade de Cristo e para isso ele aborda oito características do discipulado cristão que considera frequentemente negligenciada em nossos dias (p. 11).
Primeiramente, ele trata do inconformismo. Para Stott “a igreja tem uma dupla responsabilidade em relação ao mundo ao seu redor” (p. 13). Tal responsabilidade é de servir e testemunhar de Cristo e ao mesmo tempo não contaminar-se com o mundo. Portanto, os discípulos de Jesus são chamados a “desenvolver uma contracultura cristã” (p. 14). E, a partir desta contracultura, resistir às tendências contemporâneas que são os grandes desafios para a radicalidade do discipulado cristão: o pluralismo, o materialismo, o relativismo ético e o narcisismo (p. 14-20).
No capítulo seguinte, Stott fala sobre a necessidade de o discípulo de Cristo tornar-se semelhante ao seu Mestre (p. 23). Stott explica que o enchimento com o Espírito Santo é a forma pela qual Deus faz os cristãos se tornarem como Cristo (p. 31).
A terceira característica do discipulado cristão abordada por Stott é a maturidade (p. 33). Stott se propõe a tratar da questão da maturidade a partir de três questões básicas: “o que é maturidade cristã” (p. 35-36), “como os cristãos se tornam maduros” (p. 36-39) e “para quem esse chamado à maturidade é direcionado” (p. 36-41). Ele encerra esse capítulo com uma breve súplica, pedindo de Deus “uma visão completa e clara de Jesus Cristo” (p. 41).
O quarto capítulo revela uma preocupação extremamente contemporânea de Stott: “o cuidado com o meio ambiente” (v. 43). O capítulo aponta o relacionamento de “cooperação com Deus” como o correto posicionamento dos discípulos diante da questão ecológica, desviando-se dos extremos possíveis (p. 45,46).
O quinto capítulo, particularmente, considero uma aplicação prática do anterior, pois a simplicidade de vida implica no uso correto dos bens e do dinheiro, e consequentemente tem implicações para o consumo (p. 56-70). O interesse de Stott é que os discípulos reflitam sobre sua responsabilidade com os seus atos de consumo e suas implicações sociais e mundiais.
O sexto capítulo é uma reflexão apropriada sobre quem os discípulos são à luz das Escrituras. Neste capítulo somos guiados por Stott através de 1 Pedro 2.1-17 para lembrarmos que somos: bebês (p. 73-75), pedras (p. 75-77), sacerdotes (p. 77-79), povo de Deus (p. 79-80), estrangeiros (p. 81) e servos (p. 81-82). Diante dessa perspectiva, os leitores são chamados a refletir sobre o chamado de Deus: para o discipulado individual e para a comunhão corporativa (p. 83), para a adoração e para o trabalho (p. 84), para a peregrinação e para a cidadania (p. 84).
No penúltimo capítulo, Stott aborda a característica da dependência. A conclusão do capítulo é o reconhecimento de que o discípulo não perde sua dignidade ao depender de outras pessoas e evoca o exemplo do Deus encarnado como modelo para a nossa atitude de vida (p. 94).
Finalmente, Stott fala sobre a morte. Ele reconhece que a “vida por meio da morte é um dos mais profundos paradoxos da fé e da vida cristã” (p. 95). Por isso, ele convoca os discípulos radicais a terem uma visão correta acerca da morte como a entrada para a vida (p. 96). Stott lembra que a Bíblia trata os cristãos como “ressurretos dentre os mortos” (p. 96); logo, o paradoxo vida e morte produz implicações revolucionárias em seis situações da vida cristã: na salvação (p. 97-98), no discipulado (p. 98-100), na missão (p. 100-104), na perseguição (p. 104-106), no martírio (p. 106-107) e na mortalidade (p. 107-111). Stott encerra esse capítulo lembrando que os cristãos são como “aqueles que estão vivos de entre os mortos” (p. 112).
Stott conclui seu trabalho reconhecendo que não foi exaustivo e que existem outras características que precisam de uma reflexão madura dos discípulos. Ele encerra, dizendo: “O fundamental em todo o discipulado é a decisão de não somente tratar Jesus com títulos honrosos, mas seguir seu ensino e obedecer aos seus mandamentos” (p. 113).
O livro em questão é uma daquelas obras que estão destinadas a se tornarem clássicos e, portanto, uma leitura obrigatória para os cristãos em geral. Algumas características do livro precisam ser destacadas:
v  A primeira é a sua leitura agradável e sua linguagem simples, que revela o coração de um pastor preocupado com a presente geração de cristãos que necessita urgentemente refletir sobre a radicalidade da fé e do discipulado de Jesus Cristo.
v  A segunda característica é a profundidade bíblico-teológica com que Stott aborda a temática do discipulado, o que oferece uma fundamentação sólida para os leitores.
v  A terceira é a dinâmica do texto que, apesar da profundidade bíblica e teológica, é extremamente prático e exige uma resposta imediata do leitor.
v  E, por fim, Stott foge da fórmula usada por autores da área de vida cristã e discipulado, que apresentam este tema numa perspectiva intimista, meramente contemplativa e dissociada de práticas mais concretas.
A obra convida ao retorno a uma piedade ativa e proativa. O discípulo radical é chamado para o serviço a Deus, às pessoas e ao mundo, numa vida de imitação de Cristo, de maneira madura e equilibrada.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012


RESENHA
HUNTER, J. C., O Monge e o Executivo – Uma História sobre a Essência da Liderança, 17ª ed., Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2004.
O Livro traz de uma maneira dialogal e dinâmica, uma análise do conceito de liderança, em uma história envolvente possibilitando a criação de um cenário e uma grata visão de seus personagens.
Essa história gira em torna de dois personagens sendo um deles o principal, a quem foi dado o nome de “irmão Simeão”, um grande empresário que optou por levar a vida em um mosteiro chamado Leonard Hoffman.
O livro inicia-se com a história de um empresário chamado John Daily, que começa a ter um declínio na sua vida empresarial, na sua família, com seu filho adotado e sua filha. Onde depois de vários sonhos referindo se a um talirmão Simeão” para que o encontre, e por muita insistência de sua esposa resolve deixar por uma semana todas as atividades rotineiras e se acampar juntamente com outro grupo em um mosteiro, onde conhece Len Hoffman.
A fama de Len Hoffman é a de um homem com a habilidade de motivar pessoas e de ser capaz de transformar companhias que estavam à beira de um colapso em negócios de sucessos, uma lenda do mundo empresarial.
O livro gira em torno da proposta da liderança motivacional, partindo de uma análise de conceitos e prática de pessoas que a exercem e como exercem. Tudo isso sendo analisado dentro do prazo do encontro que John então participara, uma semana.
Os personagens participantes do encontro com o irmão Simeão, são confrontados a repensarem sobre tudo o que estavam desenvolvendo como liderança cada um em sua área. Juntamente com eles Hoffman faz uma análise sobre o que venha ser liderar, a diferença que existe entre poder e autoridade. Uma busca por uma reflexão sobre paradigmas, sua estrutura e forma de ser aplicada, e a necessidade de repensar sobre essa estrutura e aplicação dos paradigmas.
Além de mostrar uma necessidade de analisar a forma e a aplicação de uma liderança, o livro também, apresenta diversas reações diante da proposta através de seus personagens, desde, John que anteriormente fora ao encontro totalmente fechado para tudo o que poderia ouvir ali, mas que, acabou abrindo a guarda para uma profunda reflexão quanto a tudo o que estava aprendendo, até mesmo Greg que por sua formação militar, até então em diversos momentos mostrava-se hostil em todas as análises em questão.
Sua tese sobre liderança é que ela se solidifica no ato de servir, a partir do exemplo de Jesus, de sua autoridade, exercida sem o uso do poder. E o fato do mundo se adequar em muitas de suas áreas observando a sua vida, por exemplo, o calendário ser a partir do seu nascimento, datas importantes serem um marco como o natal e páscoa, e uma multidão ser chamada de cristã.
Um serviço que envolve sacrifício, o que é exemplificado também através da vida de Gandhi e King. Tudo isso se transformando em uma equação que somados ao amor e a vontade é o resultado que dá o direito de alguém ser chamado de líder.
Em outro momento Hoffman compartilha partindo do pressuposto de uma liderança que precisa ter como parte dela o amor, ele apresenta esse amor não como o que busca os seus próprios interesses, e nem diz respeito apenas ao que sentimos, mas a forma como externamos esse amor, ele chama de verbo que descreve esse comportamento. A reação que se tem diante do que acontece com as outras pessoas.
Em última instância, Hoffman, trata da práxis que precisa ser desenvolvida e que nem sempre a mesma provém de sentimento, e que por isso, se torna algo de maior responsabilidade através de exercícios. Toda essa ação se torna fruto da vontade, a qual é definida como as escolhas que fazemos para aliar nossas intenções, ou seja, todos têm que fazer escolhas a respeito de nosso comportamento e aceitar a responsabilidade por essas escolhas. Sendo, portanto, elementos que são resultados de uma liderança que tem como sua essência o amor que leva ao serviço e que não mede sacrifícios para sua realização em benefício de outrem.
Pr.  Israel B. Alves