ESTEVÃO
Antes de tudo peço que os irmãos que estão dispostos a conhecer um pouco mais de Estevão estejam como uma Bíblia ao lado, pois o texto a seguir indicará algumas leituras bíblicas para melhor entendimento do personagem. Grato pela atenção, e boa leitura e entendimento.
É um dos personagens mais proeminentes do Novo Testamento. O seu discurso é o mais longo do livro de Atos (At.7:2-53). Sua vida e trabalho são destacados em Atos 6 e 7, embora sua perseguição e morte sejam mencionadas mais tarde em Atos 11:19; 22:20 (como vimos em um trecho do personagem da semana passada que foi Paulo).
Estevão chegou à proeminência nos primeiros dias da Igreja Cristã, quando a comunidade se desenvolvia e experimentava os problemas e as dificuldades constantes. Uma das tensões surgidas foi em consequência da acusação de que as viúvas de origem grega eram esquecidas na distribuição diária de alimentos (At. 6:1) – “ORA, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.” Como resposta a essa critica, os doze apóstolos reuniram toda a congregação, apresentaram abertamente o problema e propuseram uma solução razoável: “Escolhei, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (At. 6:3,4). A aceitação da comunidade permitiu a escolha destes homens e dentre eles estavam Estevão e Filipe.
Quando o problema foi contornado, a Igreja de Jerusalém experimentou um crescimento extraordinário: “De sorte que crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava rapidamente o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At. 6:7).
Conforme Lucas esclarece, Estevão estava profundamente envolvido em todo o crescimento da Igreja de Jerusalém para Antioquia (At. 6:1 a 12:25). Lucas dedica uma considerável atenção ao testemunho de Estevão (6:8 a 7:60), descrevendo em detalhes sua prisão (At. 6:8-15), sua brilhante “defesa” (At. 7:1-53) e seu martírio (At. 7:54-60).
Estevão não somente era um homem prático, hábil em lidar com administração da Igreja e a obra social, mas também interessado na pregação do Evangelho aos outros. Atos 6: 8 – “E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo”. Isso dava à sua palavra uma notável credibilidade, mas também suscitava a oposição dos judeus conservadores, preocupados com o novo movimento cristão, e invejosos por causa da evidente popularidade de Estevão e de seu carisma. Atos 6: 10 – “E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava.” Determinados a atacar e enfraquecer seu trabalho, instigaram uma campanha feita as ocultas, ao fazer graves acusações contra Estevão e alegar que blasfemava “contra Moisés e contra Deus”. Atos 6: 11 – “Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.” Conseguiram, então que ele fosse preso, a fim de anular seu radiante testemunho de Cristo e transformá-lo em algo hostil à Lei mosaica. Atos 6: 14 – “Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.” O fato inegável, entretanto, é que Estevão manteve sua compostura diante do Sinédrio, e seus inimigos reconheceram sua santidade: “... fixando os olhos nele, viram o seu rosto como rosto de um anjo” (At. 6: 15).
O discurso de Estevão em sua defesa é uma memorável recapitulação da história judaica e uma defesa ousada da fé cristã diante de seus acusadores. Ao ser questionado pelo sumo sacerdote se as acusações eram verdadeiras ou falsas, Estevão faz uma magnifica confissão de fé em Cristo e mostra um triste quadro de constantes escorregões por parte do povo de Deus e aponta a rejeição deles ao Messias prometido, como o trágico clímax de uma longa história de apostasia e desobediência (At. 7: 2-53) VALE A PENA ACOMPANHAR O TEXTO INDICADO.
O discurso tem três partes principais: a primeira refere-se aos patriarcas (At. 7: 2-16); a segunda a Moisés (At. 7: 17-43); e a terceira ao Tabernáculo e ao Templo). Essa revisão histórica é seguida pela repreensão por manterem a mesma atitude com relação ao advento de Cristo (At. 7: 51-53). A repreensão no final foi uma tentativa de fazer com que os judeus encarassem sua dureza de coração e a rebelião que mantinham contra o Espírito Santo. Realmente era um chamado ao arrependimento e à fé, o qual lamentavelmente caiu em ouvidos surdos. Seu discurso e aula de teologia de nada adiantaram para livra-lo da condenação. Numa explosão de fúria, eles o atacaram, arrastaram-no para fora da cidade e o apedrejaram até a morte (Atos 7: 54, 58). Estevão morreu na presença de Saulo de Tarso (Paulo), o qual “também consentia na morte dele” (Atos 7: 60; 8: 1). Posteriormente Paulo se tornou cristão (como vimos no estudo passado).. A morte de Estevão provavelmente foi um dos motivos que o levaram a Cristo.
Vários aspectos são notados aqui. Primeiro, Estevão, agiu como o Senhor. Falou a verdade em seu julgamento, perdoou seus agressores, clamou em voz alta e entregou seu espírito. Esta entrega recebeu uma ênfase cristocentrica em Atos, a qual é particularmente surpreendente: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (At. 7: 59). Estevão viveu, sofreu e morreu por Cristo; no momento da morte, olhou para o Senhor para a vindicação final.
Dois outros elementos também são notados aqui. Um é o testemunho de Estevão. Lucas registra em seu livro as palavras de Jesus: “Digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos e de Deus” (Lc. 12: 8). Estevão, diante de seu martírio, reivindicou ousadamente essa promessa e pediu a Jesus, o Filho do homem, que o reconhecesse no céu, na presença de Deus, como verdadeiro discípulo. O outro elemento é que a vida de Estevão estava claramente sob o total controle do Espírito Santo.
O heroísmo e a coragem de Estevão diante dos oponentes e sua atitude amorosa para com os inimigos – tudo isso faz dele um modelo digno de um discípulo fiel, um obreiro efetivo e um nobre mártir.
GARDNER, PAUL. Quem é quem na Bíblia Sagrada.
Ed. Vida acadêmica.
Olá Danilo!
ResponderExcluirRetribuindo a visita,gostei muito do Blog.Já fui por dez anos "de igreja"(pq de Deus ainda me considero)e me senti bem pertinho da Palavra aqui.
Passarei sempre aqui,já curti no Face e estou seguindo.Se puder siga o meu blog também...
Fique com Deus!
http://michellefaladetudo.blogspot.com